Em 10 de maio de 1939, um marco histórico se consolidou na luta pelos direitos dos trabalhadores da saúde, quando o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio concedeu o Registro Sindical ao Sindicato dos Enfermeiros, representando oficialmente todos os trabalhadores dos hospitais de Santos. Essa conquista foi resultado de uma longa batalha iniciada em 1928 com a fundação da Associação dos Trabalhadores dos Enfermeiros de Santos, uma organização criada para defender os direitos da categoria que, ao longo dos anos, se tornaria uma força vital na luta sindical da região.
O primeiro presidente eleito do Sindicato foi o Sr. Izack de Oliveira, um líder dinâmico e sindicalista reconhecido por sua incansável dedicação à causa dos trabalhadores. Em tempos de extrema dificuldade, Izack, ao lado de sua diretoria, conseguiu manter o sindicato em pleno funcionamento, lutando por direitos fundamentais como a redução da jornada de trabalho e salários justos. A determinação desses primeiros anos garantiu uma base sólida para o futuro da entidade.
Com o advento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), novos direitos foram conquistados, e o sindicato teve um papel crucial na manutenção de benefícios como a Jornada de Trabalho Reduzida, o Adicional Noturno e o Descanso Semanal Remunerado. Esses direitos não apenas representaram vitórias momentâneas, mas foram sendo aprimorados e aperfeiçoados ao longo das décadas.
Em 1984, uma importante alteração estatutária ampliou o escopo da atuação do sindicato, que passou a se chamar Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde, abarcando os municípios de Santos, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, São Vicente e o Litoral Norte e Sul do Estado de São Paulo. Mais tarde, para se adaptar às normas atuais, o sindicato assumiu o nome que reflete sua abrangência: Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Iguape, Cananéia, Pariquera-Açu, Bertioga, São Sebastião e Ilhabela – o SINTRASAÚDE.
A história do sindicato é marcada por grandes lutas. Em 1961, durante a greve dos trabalhadores da Santa Casa, o sindicato uniu-se a outras entidades sindicais de Santos em um momento de intensa turbulência política, em meio à proximidade da Revolução de 1964, que traria anos de submissão dos sindicatos ao governo militar. Apesar disso, a luta pela valorização dos trabalhadores da saúde não cessou.
Na década de 1980, o Hospital dos Estivadores enfrentou uma série de greves organizadas por funcionários em razão de recorrentes atrasos no pagamento de salários. Esse movimento de paralisação, somado a dificuldades financeiras e administrativas, resultou em uma crise que levou ao fechamento do hospital. Em resposta a essa situação, a gestão do hospital foi transferida para a Prefeitura, que assumiu a administração da instituição. Essa transição foi vista como uma medida necessária para garantir a continuidade dos atendimentos e reestruturar o funcionamento do hospital, que, sob a nova gestão, visava atender à população de maneira estável e eficiente.
Em 1983, a Santa Casa de Santos foi fechada, deixando os trabalhadores sem receber por nove meses. A situação só foi revertida graças à pressão sindical. Sete anos depois, em 1990, os trabalhadores dos hospitais Ana Costa e Beneficência Portuguesa entraram em greve por dez dias, conquistando uma vitória importante.
Outra greve ocorreu em 1993, desta vez no hospital de Praia Grande, em que o sindicato obteve uma decisão favorável no Tribunal Regional do Trabalho, garantindo a vitória dos trabalhadores. E em 2003, diante do fechamento do Hospital São José de São Vicente, a diretoria sindical, com forte apoio dos trabalhadores, conseguiu a reabertura da instituição, garantindo o emprego de seus representados.
Mais recentemente, em 2015, o sindicato enfrentou um novo desafio no Hospital Municipal de Cubatão. Com a troca de administração do hospital para uma Organização Social, os trabalhadores enfrentaram atrasos nos salários e o não pagamento do reajuste salarial conquistado em sua data-base. Novamente, a luta sindical se fez necessária para garantir o respeito aos direitos da categoria.
Ao longo de sua história, o SINTRASAÚDE demonstrou ser uma força resiliente, sempre ao lado dos trabalhadores da saúde, lutando por melhores condições de trabalho, salários dignos e respeito à dignidade daqueles que dedicam suas vidas ao cuidado da saúde pública.
Paulo Pimentel, eleito pela primeira vez em 1976, assumiu o cargo de presidente em 8 de janeiro de 1977, marcando o início de uma longa e influente trajetória. Com uma liderança que se estendeu por exatos 43 anos, ele consolidou sua posição à frente da organização até seu falecimento, em 14 de dezembro de 2020. Antes de se tornar presidente, Pimentel atuava como secretário-geral sob a liderança de Oscar Magrine, onde construiu uma base sólida de experiência e compromisso que o preparou para os desafios da presidência. Sua longa gestão ficou marcada pela dedicação e pelo legado que deixou na história da instituição.
Em 2021 Ademir Joaquim irussa assume a Presidência do Sindicato.